Governo prepara reforma administrativa com cortes, enxugamento e substituições

Miranda deve fazer alteração na equipe, enxugamento e cortes de pessoal para fechar o ano com a folha em dia. Anúncio é esperado na próxima semana. Caixa seria insuficiente para pagar progressões...

Miranda prepara reforma administrativa
Descrição: Miranda prepara reforma administrativa Crédito: Bonifácio/T1Notícias

O governador Marcelo Miranda determinou um estudo ao núcleo de secretários que comanda pastas estratégicas no governo, para promover a partir da próxima semana, a primeira reforma administrativa no seu governo. A informação foi levantada pelo Portal T1 Notícias nos bastidores, com a confirmação - em off - por parte de dois secretários e um assessor próximo ao governador.

 

A meta é a redução de custos com pessoal e na estrutura administrativa do governo, de forma a permitir que a folha de pagamento dos servidores seja garantida até o final do ano. No quadro atual, o governo já não terá como custear a folha de novembro deste ano, sustenta uma fonte do primeiro escalão.

 

O resultado do trabalho já foi adiantado ao governador e na segunda-feira, 10, todas as medidas a serem tomadas devem estar na mesa de Miranda para tomada de decisão. Um dos secretários ouvidos pelo T1 Notícias sustenta que o clima é de desânimo na equipe, por que a crise financeira se tornou uma bola de neve, especialmente com relação ao funcionalismo e as providências já não podem mais ser proteladas.

 

“O governo vai ter que escolher, ou paga progressões ou paga salários. A conta não fecha, o dinheiro simplesmente não dá”, afirmou.

 

Risco de ir para o Cadin

 

O governo enfrenta além do problema com folha de pagamento, caixa baixo para investimentos e custeio, diversas situações-problema herdadas do governo anterior. É o caso de financiamentos concedidos pelo governo federal, que não tiveram prestação de contas apresentadas, e que podem provocar tomada de contas especial do TCU, levando o Estado a ser inscrito no Cadin.

 

No Ministério da Integração Nacional o caso mais grave é o do Projeto Sampaio, em que a União investiu R$ 86 milhões e o Estado deve uma contrapartida de R$ 20 milhões em obras para que a etapa seja concluída. A prestação de contas no entanto não foi apresentada no final do ano passado pelo governo Sandoval Cardoso, e nem este ano, nos sete meses de governo. Dos recursos investidos pelo governo federal, R$ 24 milhões são cobrados pelo Ministério da Integração Nacional para devolução, uma vez que foram aplicados fora do cronograma, ou com suspeita de superfaturamento. A denúncia foi feita ano passado ao T1 pelo senador Ataídes Oliveira.

 

O secretário Clemente Barros esteve no Ministério da Integração Nacional em fevereiro para inteirar-se do assunto. Três meses depois enviou ofício pedindo mais prazo para apresentar a prestação de contas, que ainda não foi entregue.

 

Substituições

 

São esperadas substituições em pastas que não estão conseguindo obter resultados. O próprio governador deu prazo ao secretariado quando das nomeações e deve promover mudanças. Uma das maiores reclamações está na Saúde, que investe acima de 20% dos recursos. Além da verba federal, carimbada, o Estado vem mantendo hospitais com recursos do tesouro estadual. "Dos 23% que o governo gasta com a Saúde, 80% é salários e o restante na maioria das vezes tem que ser com recursos próprios", afirmou um dos ouvidos pelo Portal. 

 

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