Indignada, Adriana Aguiar divulga carta após ter legenda negada no União Brasil

Professora reagiu indignada em carta divulgada à população na última sexta-feira, 5

Crédito: Elias Oliveira/Seduc

A professora Adriana Aguiar, ex-secretária de Educação do Estado, reagiu indignada à decisão do União Brasil de retirar legenda para que ela concorresse como deputada federal após aliança da presidente da sigla, professora Dorinha, com o candidato ao Governo, Wanderlei Barbosa (Republicanos). Discriminada por ter sido linha de frente do governo Mauro Carlesse, Adriana reagiu em uma carta aberta divulgada na última sexta-feira, 5.
 

Na carta, Adriana afirma que foi convidada a permanecer no partido e teve garantia de legenda, o que agora foi negado. Confira na íntegra:

 

Carta aberta à população tocantinense

 

A mensagem hoje não é a que queríamos falar, mas é preciso que seja dita. Hoje quero falar diretamente aos meus amigos, à minha família e a todos os que nos apoiaram e incentivaram durante a nossa pré-candidatura.

 

Com muita tristeza e indignação, recebemos o comunicado do Partido União Brasil, de que não teríamos legenda para concorrer às eleições deste ano para a Câmara Federal. 

 

O sentimento de frustração só não é maior que a indignação por estarmos fora da corrida. Ainda em março, fui convidada pessoalmente pela presidente do partido e candidata ao Senado Professora Dorinha quando da sua visita ao meu escritório.

 

O convite foi para que eu permanecesse no União Brasil para ser candidata a Deputada Federal pelo partido. Aceitei. Aceitei, principalmente, por acreditar que o partido valorizava a mulher. Aceitei, pois fui convidada por uma professora, uma mulher que assim como eu, defende a bandeira da educação e sabe como é árdua a nossa luta. Aceitei porque, para além de desejos políticos, recebi um convite feito olho no olho, e acreditei nas boas intenções daquelas pessoas. 

 

Continuei então a nossa caminhada em todos os cantos do Tocantins, levando a bandeira da educação, da mulher, do empreendedorismo e outras tantas. Conversei com grupos, lideranças,  e pessoas para a construção de um projeto sustentável e transparente para o nosso estado.

 

Mas nem todo o esforço que fizemos, nem todo o apoio que recebemos e nem a promessa que me fora feita, foram suficientes para que a nossa candidatura fosse confirmada. Uma decisão que tirou de mim o direito de ter o nome apreciado, nas urnas, pela população tocantinense. 

 

Vale aqui ressaltar que eu já era filiada ao então PSL antes da fusão com o DEM. Nesse período, recebi convites de vários outros partidos que me garantiram legenda, apoio e confiança no nosso projeto. Partidos aos quais agradeço muito. Recusei porque traição não é uma palavra que existe na minha vida e na minha história.

 

Seriedade e compromisso são características que carrego na minha essência, e quem me conhece sabe disso. Por isso, estou aqui hoje para me dirigir à todos aqueles que olhei no olho, apertei a mão, dialoguei e fiz compromisso de uma caminhada séria em prol do nosso Tocantins.

 

Não daremos continuidade agora ao nosso projeto rumo à Câmara Federal por uma decisão do partido.

 

Continuaremos firmes na nossa caminhada com nossos valores, fiel aos nossos princípios e preparada para seguir a minha trajetória. Termino citando Leonel Brizola, que no auge de sua sabedoria nos mostrou que “a política ama a traição, mas abomina o traidor.”

 

Palmas-TO, 5 de agosto de 2022.

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