Irritado com entrega do comando do PSL a suplente de Kátia Abreu, Simoni se desfilia

A saída é decorrente da sensação de desrespeito que surgiu após a nomeação do bispo Guaracy Batista da Silveira, segundo suplente da senadora Kátia Abreu (PDT), como novo presidente do PSL no TO.

A filiação do bispo Guaracy Batista da Silveira, segundo suplente da senadora Kátia Abreu (PDT), ao Partido Social Liberal (PSL) e a consequente indicação dele pela direção nacional para responder pela legenda no Tocantins provocou a irritação do ex-candidato a governador pelo PSL em 2018, César Roberto Simoni, que anunciou a decisão de se desfiliar. 

 

Na entrevista concedida ao T1 Notícias no início da tarde desta quinta-feira, 04, o também ex-secretário estadual de Segurança Pública do Estado  informou que encaminhará ainda hoje à presidência nacional do PSL, em Brasília, o pedido de afastamento.

 

A saída é decorrente da sensação de desrespeito que surgiu após a nomeação de Guaracy sem nenhuma participação da chapa formada nas eleições de 2018. Além disso, a informação de que uma nova executiva provisória já havia sido estruturada no Estado teria, segundo ele, chegado de modo aleatório durante consulta ao site do TSE. “A executiva nacional faz isso sem um telefonema para ninguém? A formação de uma comissão com pessoas completamente estranhas a todos nós? Isso é um desrespeito a todos aqueles que tiraram dinheiro do bolso, como eu e tantos outros, pra trabalhar na campanha do Bolsonaro.”

 

Nas palavras do ex-candidato, o “tipo de negociata” reflete o característico fisiologismo do PSL, que “após gerar e fazer nascer para o Brasil o atual presidente, volta às origens e torna a ser o partido de aluguel que sempre foi “.

 

Cesar Simoni justifica a fala fazendo referência à prática a qual dois comandantes do PSL (Bivar e Rueda) já estariam acostumados. Conforme o ex-candidato, a moeda de troca faz parte da essência do partido. “Porque qual é a lógica deles entregarem o PSL pra quem fez tudo para o Bolsonaro não ser eleito aqui no Tocantins, que foi a Kátia Abreu?”, apontou ele, fazendo referência ao que se subentende com a nomeação do suplente.

 

No entanto, sobre o bispo Guaracy, o ex-candidato preferiu não tecer comentários “desairosos” que possam gerar conotações distorcidas, sob alegação de não conhecê-lo pessoalmente. Mas pontuou a leitura que faz da conjuntura resultante. “É evidente que essa sigla não merece que nós fiquemos nela. Eu acho que o PSL está justamente nas mãos de quem tem o perfil para ficar no partido”.  

 

Questionado pelo T1 sobre os rumos previstos após o desligamento, César Simoni respondeu que a situação será discutida na próxima semana. “Nós vamos nos reunir com os que quiserem se reunir para ver pra onde a gente vai caminhar. Devemos caminhar uma grande parte em bloco. Mas no partido com essas condições, dessa forma, eu não fico”, concluiu.

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