Kátia Abreu emite nota contra a transposição do Rio Tocantins para o São Francisco

Conforme a senadora, o projeto do qual ela será a relatora na Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado, prevê um percurso de 733 km de interligação entre o Rio Tocantins e o Rio Preto

Senadora Kátia Abreu
Descrição: Senadora Kátia Abreu Crédito: Divulgação

Em nota enviada à população na manhã deste sábado, 11, a senadora Kátia Abreu se posicionou, publicamente, contrária à transposição do Rio Tocantins para o São Francisco, conforme determina o Projeto de Lei 6569/2013, aprovado pela Câmara dos Deputados, que agora tramita no Senado Federal.

 

“Somos sensíveis à grave estiagem que ano após ano castiga os estados nordestinos, mas a salvação de um rio não pode significar a condenação de outro. Pelo contrário, precisamos manter todos os nossos rios vivos e garantir que eles cumpram sua função social”.

 

Conforme a senadora, o projeto do qual ela será a relatora na Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado, prevê um percurso de 733 km de interligação entre o Rio Tocantins e o Rio Preto, na Bahia, que está vinculado na bacia do São Francisco. “A proposta agrada parlamentares do Nordeste, porém representa uma grave e inadmissível ameaça ao nosso rio”, diz Kátia.

 

Ainda segundo a senadora, “estudos da Agência Nacional de Águas (ANA) e do próprio Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco reforçam essa preocupação: o Rio Tocantins não tem volume nem vazão suficientes para suportar uma transposição. E a cada ano seu volume reduz. Todos nós vimos durante a seca deste ano que, em vários pontos do estado, era possível atravessar o leito à pé. Onde havia água em abundância, hoje há pedras e areia. No lugar de uma nova e dispendiosa transposição, a atitude a ser tomada para garantir água no São Francisco é revitalizar sua bacia”.

 

Kátia pontua ainda que o Ministério da Integração Nacional estima que o custo de operação do empreendimento será de R$ 500 milhões ao ano, dos quais R$ 300 milhões apenas para custear a energia necessária ao bombeamento, devido ao acentuado desnível entre a captação e a entrega da água.

 

“Esse montante seria melhor aplicado na revitalização do São Francisco, para recompor as matas do território da bacia, principalmente as ciliares, encostas e áreas de recarga dos aquíferos. Portanto, quero garantir a todos do meu estado que lutarei bravamente no Senado Federal pela rejeição deste projeto inviável e agressivo ao nosso Rio Tocantins”, finaliza a senadora.

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