Kátia e prefeitos discutem projeto para empréstimo de US$ 99 mi para irrigação

Senadora destacou que o Tocantins tem 4 milhões de hectares de terras aptas para irrigação, porém há menos de 200 mil hectares irrigados no estado. “É a maior área irrigável contínua do mundo", diz

Senadora Kátia Abreu e prefeitos no BID
Descrição: Senadora Kátia Abreu e prefeitos no BID Crédito: Ascom

Em audiência com o novo representante do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) no Brasil, Hugo Florez Timoran, a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) e prefeitos do Vale do Araguaia discutiram o andamento do Prodoeste, Programa de Desenvolvimento da Região Sudoeste do Tocantins que prevê empréstimo de US$ 99 milhões para irrigar 26 mil hectares no estado.



A senadora e os prefeitos eleitos Nelson Alves Moreira (Lagoa da Confusão), Valdeni Carvalho (Dueré), Valdemir Oliveira Barros (Pium) e Cleiton Cantuário Brito (Cristalândia) solicitaram a reunião para saber sobre o andamento do projeto, cujo atraso no cronograma de execução preocupa os gestores. Também participou o Secretário de Irrigação do Ministério da Integração Nacional, Ricardo Santa Ritta.



Hugo Florez Timoran informou que uma missão técnica do banco, vinda dos Estados Unidos e do Uruguai, visitará o Tocantins para elaborar um relatório detalhado do andamento do Prodoeste, apontando avanços e dificuldades. O projeto foi celebrado em 2012 entre o BID e o governo do Tocantins. Na época, previa vigência até 2017, mas devido aos atrasos foi prorrogado para 2019.



Kátia Abreu destacou que o Tocantins tem 4 milhões de hectares de terras aptas para irrigação, porém atualmente há menos de 200 mil hectares irrigados no estado. “É a maior área irrigável contínua do mundo. Temos que acelerar esse projeto”, disse. Do total de US$ 165 milhões previstos em investimento, US$ 99 milhões serão financiados pelo BID e o restante caberá ao estado.



“O Prodoeste é importantíssimo para a região não apenas pela sua grandiosidade, mas também porque será uma vitrine de atração de outros investimentos. Significa muito mais do que os 26 mil hectares. Será um chamariz para o mundo todo”, afirmou a senadora. “Esse projeto tem necessidade extrema de se realizar porque pode alavancar dez vezes mais hectares do que sua abrangência original. O governo do estado precisa estar atento e procurar ajuda da bancada federal no Congresso para realizá-lo caso encontre dificuldade”, completou.



Investimento privado no Matopiba

Durante a reunião, a senadora acertou com o representante do BID a realização de um seminário, em fevereiro, para apresentação do potencial agropecuário do Matopiba (região formada por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) a investidores privados e gestores do BID.



No seminário - que será sediado por uma das quatro cidades (Lagoa da Confusão, Dueré, Pium e Cristalândia) - Kátia Abreu detalhará estudos sobre o Matopiba, última fronteira agrícola em expansão do mundo. Já o BID apresentará as possibilidades de financiamento privado direto entre o banco e empresas agropecuárias.



Também serão convidados o Ministério da Integração Nacional, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Universidade de São Paulo (USP) e a The Boston Consulting Group (BCG) – empresa que elaborou diretrizes até 2035 para que o Matopiba se torne referência mundial em desenvolvimento acelerado do agronegócio, avanços sociais e infraestrutura.



Após o seminário, que será organizado pela senadora em parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária do Tocantins (Faet) e com o Sebrae Tocantins, o BID se prontificou a fazer workshop internacionais para promover a região e atrair investidores de outras partes do mundo.



Prodoeste

O programa, celebrado em 2012 entre o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o estado do Tocantins, prevê US$ 99 milhões em empréstimo para melhorar as instalações hídricas da região sudoeste e desenvolver infraestrutura de irrigação com o objetivo de impulsionar a agroindústria, gerar cerca de 10 mil novos empregos permanentes e elevar a renda da população local.



A fim de encorajar o desenvolvimento agrícola por meio do acesso à irrigação, o programa irá construir um reservatório com capacidade de 179 milhões de metros cúbicos para o fluxo regular e pequenas barragens para aumentar o nível de água dos rios Pium e Riozinho, o que será complementado por um sistema de canais e uma estação de bombas construídas por produtores agrícolas.



O programa busca também melhorar os serviços de água e saneamento para as 14 mil pessoas que vivem nos municípios de Pium, Lagoa da Confusão, e Cristalândia. Até o quinto ano do projeto, estima-se que 90% da população desses municípios terá acesso a água potável; mais do que os 38% de hoje. Também é esperado que 90% da população tenha acesso ao sistema de esgoto, que hoje é pouco mais de 1%.

 

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