Kátia reage a Derval: "meu mandato é do povo e não de uma pessoa só"

Crítica de Derval de Paiva, na imprensa local nesta manhã, provocou a reação da senadora Kátia Abreu, convidada a deixar o PMDB pelo presidente regional. "Ele quer me amordaçar? Meu mandato é do povo"

Kátia Abreu e Marcelo Miranda
Descrição: Kátia Abreu e Marcelo Miranda Crédito: Foto: Elizeu Oliveira

A senadora Kátia Abreu (PMDB) reagiu no final da manhã desta segunda-feira, 13, às declarações de Derval de Paiva, publicadas na imprensa, contra suas críticas recentes ao governo Marcelo Miranda, em especial na Saúde.

 

“O PMDB sempre foi um partido que prima pela democracia, pela pluralidade de ideias. Foi o partido que encabeçou o movimento pelas Diretas Já, e agora o presidente da legenda no Tocantins quer me amordaçar?”, reagiu ela às declarações atribuídas a Derval em nome da cúpula do partido: “As portas estão abertas para quem quiser sair... Não a queremos no nosso meio”.

 

Kátia Abreu fez visitas recentes ao Hospital Geral de Palmas e ao Hospital e Maternidade Dona Regina, onde constatou diversos problemas, alvo de críticas em releases que distribuiu à imprensa e também de vídeos distribuídos à sua rede via WhatsApp. Para a senadora “não faltam recursos, mas falta gestão na Saúde do Estado”.

 

As críticas repercutiram e provocaram a preocupação do governo, que reagiu primeiro através do braço político do governador, o comando do PMDB.

 

“A situação da Saúde no Estado é caótica. Agora, querem me tirar o direito de representação que me foi conferido pelo mandato popular? Que é o direito de reivindicar, de cobrar, de criticar o que está errado? Eu apenas faço coro ao povo que sofre com o atendimento precário da Saúde no Estado. O que quer o senhor Derval de Paiva? Que eu fique do lado do povo ou de uma pessoa só? Não fui eleita para defender um partido, mas o povo do meu Estado”, disparou Kátia.

 

Rejeição e falta de defesa

A senadora disse ainda que o fato do governador Marcelo Miranda – seu antigo companheiro de chapa – pertencer ao PMDB e exibir um desempenho “pífio” só lhe causa constrangimento. Ela lembrou ainda os altos índices do governo Marcelo Miranda nas recentes pesquisas publicadas no Estado. “Não se trata de uma insatisfação pessoal, mas de uma rejeição na casa dos 89%. São os tocantinenses que não enxergam competência no governo para solução dos problemas do Estado”, disparou.

 

A senadora ainda questionou Derval de Paiva: “quero saber onde, quando, em que blog, em que portal do Estado, o presidente saiu em defesa do governo Marcelo Miranda. Não tenho conhecimento de nenhum, simplesmente por que não há o que dizer de bom”.

 

Dificuldades em expulsar Kátia

O PMDB do Tocantins já enviou à Nacional no segundo semestre do ano passado um documento em que manifestou interesse em que a senadora não compusesse mais o partido no Estado.

 

No entanto a prerrogativa da expulsão pertence apenas a Executiva Nacional, em Brasília. Não há clima para expulsão de Kátia Abreu, uma vez que nem seu posicionamento no impeachment da presidente Dilma Rousseff foi suficiente para mobilizar os caciques do partido contra ela.

 

Assim como Kátia Abreu adota postura crítica com relação ao governador do PMDB no Tocantins, o senador Roberto Requião tem sido o maior crítico do governo do presidente Michel Temer, sem no entanto ser incomodado com repreensões públicas ou pedidos de expulsão.

 

A situação da senadora em nível nacional, pacificada, refletiu-se em recente jantar oferecido por ela em sua residência em apoio ao senador Eunício Oliveira, presidente do Senado, que contou com a presença de 13 senadores peemedebistas.

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