Michel Temer admite que poderá ser candidato à Presidência da República

Ao contrário dos demais possíveis candidatos que ocupam cargos no Executivo, que precisam deixar seus postos até 7 de abril, o presidente pode decidir até início de agosto

Presidente pode anunciar decisão até agosto
Descrição: Presidente pode anunciar decisão até agosto Crédito: Reuters/Ueslei Marcelino

O presidente Michel Temer admitiu publicamente nesta terça-feira, 20, pela primeira vez, que poderá ser candidato à Presidência da República. Questionado diretamente se era candidato à Presidência, Temer afirmou: “Não é improvável, mas ainda não decidi”. Perguntado ainda quando tomará essa decisão, Temer afirmou que “o tempo dirá”.

 

O presidente acrescentou que sua candidatura está sendo objeto de “conversações”, inclusive com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, “que é uma grande figura”. O entusiasmo de Temer por uma eventual candidatura à Presidência tem crescido, à medida que setores do MDB — mais ligados ao presidente — o têm convencido de que apenas ele pessoalmente conseguirá defender “seu legado”.

 

Ao contrário dos demais possíveis candidatos que ocupam cargos no Executivo, que precisam deixar seus postos até 7 de abril, o presidente não precisa deixar a Presidência e pode decidir pela candidatura, ou não, até o início de agosto, quando termina o prazo para os partidos definirem oficialmente seus candidatos.

 

A Executiva do MDB defende uma candidatura própria, que pode ser a de Temer ou, como prefere parte da cúpula do partido, a do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que estuda sair do seu partido, o PSD — que não quer encampar sua candidatura — para ser o candidato do MDB.

 

Ambos aparecem nas pesquisas eleitorais com intenções de voto em torno de 1 por cento. Meirelles, no entanto, tem uma rejeição bem menor que a de Temer, que ultrapassa os 70%.

 

Na base, a candidatura de Temer não entusiasma. Em conversas com parlamentares, a Reuters ouviu que uma decisão do presidente em concorrer iria dividir o já curto dinheiro para a campanha e, com uma alta rejeição, ainda poderia afetar as candidaturas a governos estaduais. O partido, no entanto, espera uma decisão de Temer para ver que caminho tomará.

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