Movimento "#EleNão", contra Bolsonaro, também ganha as ruas do Tocantins neste sábado

Organizada pelo movimento feminista, protesto contra o candidato do PSL ganha espaço e organiza manifestações nas capitais do Brasil, no interior e até em outros países

Manifestação acontece neste sábado, no Parque dos Povos Indígenas
Descrição: Manifestação acontece neste sábado, no Parque dos Povos Indígenas Crédito: Divulgação

No próximo sábado, 29, mulheres de todo o Brasil se reúnem para protestar contra o candidato do PSL à presidência da República, Jair Bolsonaro. A manifestação nacional repudia os posicionamentos e declarações do candidato, consideradas pelo movimento como machistas, homofóbicas, misóginas e racistas. Até o momento, o Facebook registra 109 eventos para esta data em diversas capitais brasileiras, dezenas de cidades do interior em vários Estados e até do exterior, como Lisboa, Porto e Coimbra (Portugal), Berlim (Alemanha),  Lyon (França), Galway (Irlanda), Barcelona (Espanha), Sidney e Gold Coast (Austrália), Londres (Inglaterra) e Haia (Holanda), entre outras.

 

A mobilização intitulada "#EleNão" teve início nas redes sociais, após a criação do grupo “Mulheres Contra Bolsonaro”, que chegou a reunir mais de 2 milhões de brasileiras e foi hackeado por apoiadores do candidato do PSL.

 

No Tocantins, a manifestação começa às 16h, no Parque dos Povos Indígenas, na Capital. Grupos na internet, pelo WhatsApp também foram criados de maneira espontânea para a organização do protesto, e também acabaram sendo invadidos por hackers.

 

Uma das organizadoras do protesto, Elizabeth Bezerra de Oliveira, informou em entrevista ao T1 nesta quarta-feira, 26, que a segurança está sendo um desafio para a organização. “O grupo que criei, espontaneamente, sofreu um ataque cibernético. No começo pensamos que era algo para fazer piada, mas depois observamos que os invasores estavam agindo em grupo, mudando a foto de perfil, fazendo ofensas, mandando mensagens privadas e fazendo ligações. Tudo começou quando o grupo passou a receber muitas adesões, quando já tínhamos 140 participantes”.

 

A militante também comentou que o que a mais preocupa é o movimento pró-Bolsonaro, que acontecerá no mesmo dia e horário, em apoio ao candidato. Segundo Elizabeth, medidas preventivas já estão sendo tomadas para evitar eventuais conflitos. “Uma das coisas que estamos discutindo é a garantia da segurança, por isso queríamos por isto em pauta na mídia. É para que a segurança de Palmas fique ciente do que está acontecendo, para que eles possam nos assegurar o nosso direito de fazer a manifestação, que é legítimo, é constitucional”.

 

Elizabeth explicou também que a manifestação é democrática e que pessoas de todos os coletivos estão convidadas a participar: mulheres, homens, jovens. “No meu grupo tem mulher, homem, gay, evangélico, negro. Estamos todos juntos!”.

 

A vontade de protestar contra o candidato de extrema-direita, que segue internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, deste o último dia 7, após ser esfaqueado durante campanha nas ruas de Juiz de Fora (MG), é grande.

 

Embora os grupos "Mulheres contra Bolsonaro" e "Mulheres Unidas Contra Bolsonaro"  sejam os principais motes, os eventos são apoiados por pessoas de todos os gêneros, nacionalmente, com milhares de homens confirmando presença ou mesmo apoiando o protesto. A questão de gênero é forte quando o assunto é o parlamentar, que se tornou conhecido pelos ataques à dignidade e aos direitos das mulheres, à comunidade LGBTI, indígenas e quilombolas, entre outros, e continua predominante nos protestos. Diversos movimentos e coletivos deverão marcar presença, garantindo assim atividades que devem se estender por boa parte do dia.

 

De acordo com a organização da manifestação deste sábado, os órgãos de segurança responsáveis serão oficialmente informados no decorrer desta semana. Já está confirmado o apoio da Guarda Metropolitana de Palmas no local. “Queremos nos certificar de que o movimento deles não chegue perto do nosso. Nossa pauta é nacional, foi informada com antecedência. Acredito que deva haver uma distância para evitar o conflito, tendo em vista todos os ataques até o momento. Não é terrorismo, ou conversa fiada, isso é sério!”, finaliza Elizabeth.

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