A Justiça não conseguiu encontrar o presidente da Câmara Municipal de Almas, vereador Josias Lô (PV) e nem o vice, vereador Clevson Barbosa, mais conhecido como Irmão Bim, (PSD) para entregar a notificação da decisão da juíza Silvana Parfieniuk que definiu o afastamento de Leonardo Cintra (PSDB) do cargo de prefeito, dando posse no prazo de 24 horas ao vice, Jurimar Trindade (PSD).
Segundo o vice-prefeito informou ao T1 o regimento da Câmara Municipal de Almas orienta que na ausência do presidente e vice, quem assume a responsabilidade é o primeiro secretário, cadeira ocupada pela vereadora Josi Pimenta (DEM). “Ela foi encontrada e está notificada, mas não assinou a notificação”, informou Jurimar.
O prazo para que a Câmara dê posse ao vice como prefeito vence neste sábado às 16 horas, conforme a decisão da juíza. “O promotor de justiça chegou a ligar para a vereadora orientando que a posse aconteça, agora é ficar no aguardo”, disse.
Jurimar avaliou a atitude dos vereadores, de “fugirem”, como constrangedora. “A justiça aciona e o pessoal some! Isso não pode acontecer. Se tem uma decisão judicial ela precisa ser cumprida e a primeira secretária [vereadora Josi Pimenta] pode me dar a posse”, salientou o vice-prefeito.
O vereador Marcão da Caçamba que é do mesmo partido de Cintra, PSDB, disse não estar mais aguentando a situação vivenciada em Almas. “Vejo como uma grande necessidade que o município tem e o Leonardo não tem compromisso com o nosso município. O seu pai [Osmar Cintra] que está sendo o prefeito de Almas e não tem condições, ele quer ser tudo no município”, relatou o vereador ao ressaltar que “a era do coronelismo acabou”.
Quanto ao “desaparecimento” dos vereadores que presidem a Casa de Leis no município, Marcão avaliou como sendo “desrespeito a lei e ao povo” e para ele não há a necessidade de “fazer esse tipo de coisa”. “Eu gostaria que a lei fosse respeitada afinal ela é soberana e a decisão da Justiça tem que ser cumprida pelo bem do povo de Almas”, disparou o vereador.
O T1 tentou contato com o presidente da Câmara Municipal de Almas, mas o telefone estava desligado.
Entenda
Em junho deste ano, o Ministério Público Estadual (MPE) pediu o afastamento do prefeito de Almas Leonardo Cintra sob a alegação de que ele estaria transferindo as responsabilidades de seu cargo ao pai. O pedido de afastamento, segundo o MPE, é para que Cintra não prejudique as investigações que estão em curso.
Na última quinta-feira, 9, a juíza Silvana Parfieniuk julgou procedente uma liminar do MPE que pedia o afastamento do prefeito e deu um prazo de 24 horas para a Câmara dar posse ao vice-prefeito no cargo de chefe do Executivo de Almas.
Descontente, Leonardo Cintra entrou com pedido de reconsideração nesta sexta-feira, 10, solicitando que lhe fosse dado um prazo de cinco dias para que pudesse apresentar recurso contra a decisão. O pedido foi negado pela juíza e o prazo para a posse do vice Jurimar como prefeito deve acontecer até as 16 horas deste sábado, 11.
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