PT marca reunião para discutir inclusão do nome de Raul em relatório da CPMI

Relator de pede indiciamento de Raul levando em conta as gravações apreendidas pela Polícia Federal nas quais o prefeito aparece negociando apoio financeiro para sua campanha eleitoral de 2004.

Reunião deve acontecer na próxima semana
Descrição: Reunião deve acontecer na próxima semana Crédito: web

A reunião dos membros da Executiva Estadual do PT para discutir que posição será tomada em relação ao prefeito de Palmas, Raul Filho (PT), que teve o nome incluído no relatório da CPMI do Cachoeira, deve acontecer na próxima segunda-feira, 26. A informação foi repassada ao Portal T1 Notícias pelo secretário de Assuntos Institucionais do PT, José Geraldo e pelo deputado Zé Roberto.



Sobre a posição que o partido deve tomar em relação a Raul, o secretário disse que somente o presidente Donizeti Nogueira poderia comentar o assunto. “A reunião da Executiva deve acontecer na segunda ou na terça-feira, mas não tenho como adiantar o que será discutido sobre o prefeito, pois o presidente está em viagem e somente ele pode falar sobre o assunto”, informou.



Posicionamento

Já o deputado Zé Roberto, que também é membro da executiva estadual do partido no Estado, informou que a reunião deve mesmo ocorrer na próxima semana, e somente depois disso é que a posição do partido em relação ao prefeito será divulgada.



“Não quero me posicionar sobre isso antes da reunião porque a posição será da executiva, não minha, mas o assunto será debatido sim”, declarou.



Entenda

O relator da CPMI do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG) incluiu o nome do prefeito de Palmas, Raul Filho, na lista dos que, segundo ele, devem ser indiciados. De acordo com o documento, Cunha pede o indiciamento de Raul levando em conta as gravações apreendidas pela Polícia Federal nas quais o prefeito aparece negociando apoio financeiro para sua campanha eleitoral de 2004, quando se elegeu prefeito de Palmas pela primeira vez.


 

Depoimento de Raul

Em depoimento na CPI que apura as relações do bicheiro com empresários e políticos, ocorrido em julho deste ano, Raul negou ter qualquer tipo de envolvimento com o contraventor Carlinhos Cachoeira e disse que por duas vezes, em 1994 e em 2004, foi apresentado ao bicheiro, mas não firmou qualquer tipo de compromisso.

 

Na época, Raul também decidiu deixar à disposição da comissão seus sigilos bancário, fiscal e telefônico. Na ocasião, pressionado pelos parlamentares, o prefeito chegou a dizer que estavam o colocando como um “boi expiatório” na situação e que teve a “infelicidade de ser filmado”.


Outros nomes

Além de Raul, Cunha pede o indiciamento de mais 45 pessoas, entre eles, o do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), do ex-deputado Demostenes Torres, do dono da Construtora Delta, Fernando Cavendisse, do deputado federal Carlos Aberto Leréira (PSDB-GO) e de assessores do governo do Distrito Federal e goiano. Não foram incluídos, até o momento, os nomes dos governadores do DF, Agnelo Queiróz (PT), e do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB).


 

No caso de Raul, a CPMI decidiu que, tendo em vista o foro por prerrogativa de função que ainda goza o prefeito, encaminhar o relatório ao Ministério Público do Tocantins e ao Tribunal de Justiça do Estado com a proposta de responsabilização, pelo cometimento dos ilícitos penais previstos nos dispositivos penais dos artigos 317 (corrupção passiva) e 321 (advocacia administrativa), combinado com o art. 327 do Código Penal, além dos ilícitos e penalidades constantes na Lei nº 9.613/98 (Lavagem de dinheiro).



Tentativa de contato

O Portal T1 Notícias tentou contato com o presidente regional do PT, Donizeti Nogueira, mas não obteve sucesso. Caso ele queira se pronunciar, o espaço continua aberto.

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