Tom Lyra deixa PR e se filia ao PPS para disputar prefeitura de Palmas

Empresário do ramo ótico na capital, ex-vice-governador filia-se ao PPS para disputar prefeitura de Palmas. Ele afirma ter apoio de líderes de outros partidos, como Carlos Gaguim (PMB)

Reunião na residência do ex-deputado Stalin Bucar
Descrição: Reunião na residência do ex-deputado Stalin Bucar Crédito: Foto: Divulgação

O empresário Tom Lyra, ex-vice-governador do Estado, deixou o PR e o grupo de apoio ao ex-prefeito Raul Filho, para filiar-se ao PPS, e disputar a prefeitura de Palmas. A confirmação da mudança veio após dois convites por parte do presidente estadual da legenda, deputado Eduardo do Dertins (PPS) e foi sacramentado em reunião ocorrida na residência do ex-deputado Stalin Bucar, no final de semana.

 

“Na realidade esta conversa com o PPS vem de algum tempo. Eu estive na semana passada com o PR e com o Raul. Lá o partido tenta viabilizar o lançamento da candidatura dele e eu tenho ideias diferentes sobre a gestão da capital. Então amadureci o convite do deputado Eduardo do Dertins, que me foi feito em julho, depois em setembro, e acabei aceitando”, explicou Tom Lyra, por telefone ao T1 Notícias.

 

Segundo Lyra, ele próprio havia formulado um projeto de candidatura a prefeito e apresentado ao deputado federal Carlos Gaguim (PMB) em Brasília ano passado. “O Gaguim me disse que eu seria a pessoa com mais condições de levá-lo adiante e está conosco nesse projeto”, afirmou. 

 

O PPS, na reunião feita no final de semana, apresentou uma consulta que mandou fazer na capital testando nomes de prováveis candidatos, em que o nome de Lyra teria despontado com boas referências pela população. “De posse desta pesquisa me chamaram para consolidar a pré-candidatura”, comentou o empresário. Tom Lyra desfiliou-se nesta segunda-feira, 25, nas primeiras horas da manhã, do PR, e já assinou ficha de filiação ao PPS. “Vamos esperar apenas o tempo de tramitação destes papéis”, informou.

 

Motivos para disputar

Entre os motivos que cita para disputar a prefeitura da capital, está a necessidade de promover o desenvolvimento econômico além do setor do comércio e prestação de serviços. Ele criticou a falta de ação da atual gestão do município em promover ações que atraiam empresas com capacidade de gerar empregos e renda na cidade. “Vejo as pessoas se preocupando com o layout da cidade, mas se você passa pela JK você percebe que estamos pagando um preço muito alto por tudo isto”, sustenta.

 

O empresário criticou a falta de segurança no comércio, que faz com que a principal avenida se transforme “num presídio” após as 18 horas. “São grades e mais grades. Como é possível hoje viver sem segurança na Capital?”, questiona.

 

Outro aspecto, que também diz respeito às obrigações do Estado, é foco de crítica por parte de Tom Lyra: a unificação tributária. “As grandes empresas estão deixando Palmas. Tudo bem que a prefeitura não rege o ICMS, mas rege o PTU o ISSQN, e eu não vejo nenhum debate com os empresários sobre como melhorar neste período de crise, as condições para que eles mantenham os negócios e os empregos. Se o regime especial fixou como alíquota máxima para todos os estados 4% para atração de empresas, e o Tocantins perdeu competitividade, por que a prefeitura não pode oferecer, por exemplo, 5 anos de isenção de ICMS, para um empresário ter motivos de se instalar aqui?”, questionou.

 

Entre os motivos para querer ser prefeito, Lyra citou além da revisão da política tributária da cidade, o incentivo à instalação de pequenas indústrias e centrais de distribuição. “O consumo hoje na cidade é vegetativo. Uma pessoa entra na minha ótica e compra um óculos e vai precisar de outro só daqui há dois, três anos”, citou. Ele afirma que os eventos promovidos pela gestão municipal beneficiam o comércio e os teor de serviços temporariamente, mas não gera novos negócios e empregos.

 

“Tudo aumenta para o empresário pagar, mas o Estado e o município não te dão nada, e ainda acontecem barbaridades como esta do Tribunal de Contas conceder aumento no auxílio moradia, retroativo. Quem paga esta conta? Sempre somos nós”, disparou. Ele criticou ainda a insegurança jurídica em que estão os empresários da área industrial onde diversas empresas estão instaladas, na 55. “Um promotor embargou aqueles lotes todos lá. E eu te pergunto: qual é a área que uma indústria tem para chegar em Palmas e construir, com toda infraestrutura necessária e documentação? Nenhuma! A que tem fica em Taquaralto, sem asfalto, sem esgoto, sem condições”, criticou.

 

Estes e outros pontos Tom Lyra pretende colocar em debate na campanha para prefeito este ano.

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