Brasil, seu diagnóstico: falência múltipla dos órgãos

Em artigo de opinião, a contadora e pós-graduada em Direito comenta a situação da saúde pública...

Por acaso encontrei uma revista VEJA do dia 3 de julho de 2013, e folheando, encontrei uma excelente matéria da escritora Lya Luft, intitulada Falência Múltipla, achei o título muito interessante e resolvi lê-lo. Ela por sua vez reproduz o comentário de uma jornalista (não mencionou o nome...) em um programa de televisão que pediu a um amigo seu médico para fazer um diagnóstico da situação do Brasil, pasmem...

Falência Múltipla dos Órgãos.

Um diagnóstico extremamente preciso e real deste Brasil que tanto amamos.

Lendo a matéria publicada no Portal T1 NotíciasCaos na saúde – Jovem é esfaqueado e morre depois de esperar atendimento na porta do HGP” e assistindo o vídeo enviado por uma pessoa que presenciou as horas de agonia e dor daquele jovem (com certeza pobre) sem nenhum familiar junto  para interceder por ele junto à equipe médica, enfermeiros e outros que se tivessem se lembrado do juramento que fizeram (na conclusão do curso) e tivessem um pouco mais de humanidade talvez teriam salvo a vida daquele rapaz tão novo, que agoniza na porta da “Emergência do HGP” sendo colocado para dentro do hospital segurado pelos braços e pernas por populares da mesmo forma que o meu avô fazia com animais quando ia abater.

Mas arrepiante mesmo foi a desculpa esfarrapada dada pelo Hospital HGP e a SESAU: O paciente foi encaminhado, de forma espontânea e inadequada, em carro particular, para o hospital sendo então deixado na porta do Pronto Socorro, não utilizando os transportes de socorro do SAMU ou CORPO DE BOMBEIROS, o que pode ter agravado os ferimentos sofridos. Assim que o paciente deu entrada na sala de emergência, o mesmo foi prontamente atendido”.

Na minha opinião pouco importa a forma como ele chegou ao hospital, se de carro próprio, ou levado pelo SAMU, pois ele não foi deixado em outro lugar, senão na porta da “Emergência” do hospital que por lei tem o dever de oferecer-lhe um atendimento digno, afinal, era um ser humano e merecia um pouco mais de respeito.

Quero refrescar a memória desses profissionais, muitos deles na profissão há muitos anos e que é normal com o passar do tempo esquecer:

Eu, solenemente, juro consagrar minha vida a serviço da Humanidade. Darei como reconhecimento a meus mestres, meu respeito e minha gratidão. Praticarei a minha profissão com consciência e dignidade. A saúde dos meus pacientes será a minha primeira preocupação. Respeitarei os segredos a mim confiados. Manterei, a todo custo, no máximo possível, a honra e a tradição da profissão médica. Meus colegas serão meus irmãos. Não permitirei que concepções religiosas, nacionais, raciais, partidárias ou sociais intervenham entre meu dever e meus pacientes. Manterei o mais alto respeito pela vida humana, desde sua concepção. Mesmo sob ameaça, não usarei meu conhecimento médico em princípios contrários às leis da natureza”. 

Entendo perfeitamente que a culpa não é somente dos profissionais que ali estão, é também dos representantes que elegemos para nos representar, que não dedicam o mandato a eles confiado para trazer benefícios aos cidadãos que o elegeram.

Sabemos que o nosso Estado e o nosso país passa por uma crise financeira, o que posso chamar de recessão, sem dúvida nenhuma.

Mas, os nossos representantes, estão mesmo, pouco preocupados com a saúde da nossa população. Quando adoecem (eles e seus familiares) procuram os melhores hospitais particulares e a população pobre que não tem recursos para se tratar no Hospital Sírio Libanês e outros renomados, são tratados como animais no serviço público. Cadê a Dignidade Humana estabelecida inicialmente no Preâmbulo da Constituição Federal???, muitos deles não lembram nem o que é Preâmbulo.

Mais revoltante ainda é que fazem seus tratamentos na rede particular e a conta é paga por nós.

Para quem não sabia, o Plano de Saúde da Câmara dos Deputados e do Senado é ilimitado, acessem o site do R7 publicado em 02/04/2011 às 11h36: “Senadores e deputados têm plano de saúde ilimitado e vitalício(para senadores) e até quem não se reelegeu tem o direito de usar”.

Vejam e compartilhem estas matérias (não tem como ler e não se indignar...) :http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,seis-meses-no-senado-garantem-plano-de-saude-familiar-vitalicio,360242 “Seis meses no Senado garantem plano de saúde familiar e vitalício”.

http://www.brasil247.com/pt/247/poder/132597/Senado-gasta-R$-31-mi-em-dentes-e-botox-Voc%C3%AA-paga.htm. “Senado gasta R$ 31mi em Dentes e Botox. Você Paga.

É por estes e outros motivos que os nossos representantes estão preocupados em si perpetuar no poder para não perder as muitas  mordomias que o poder lhes concede.

Causa-nos indignação esta precariedade na saúde pública, os recursos são poucos, logo se deveria existir contenção de gastos desnecessários como temos visto, veículos oficiais passeando pela cidade aos finais de semana,  a disposição do alto escalão, total falta de controle.

Já dizia minha avó (falecida) “De onde se tira sem controle, logo, logo acaba” e é isto que estamos presenciando em nosso país e em nosso Estado.

Muitos políticos que deveriam cumprir o seu papel, estão por aí despreocupados, um exemplo disto é a CPI do IGEPREV, dia  18/06 apareceram apenas dois deputados, cadê os outros 22 que elegemos para nos representar????

Então, defendo com convicção um reforma na Constituição, redução do número de  Deputados Estaduais de 24 para 10; senadores hoje são 81, precisamos apenas de um para cada Estado, é o bastante e ainda com mandato de 4 anos; Deputados Federais, pra quê 513???? Ou seja, 3 por Estado (27x3=81) é o suficiente, com isto reduziria os gastos e sem dúvida sobraria mais recursos para serem investidos na Saúde, na Educação, na Segurança Pública e outras áreas.

O Brasil está em clima de Copa, alegria, gritaria, euforia, sufoco, enfim, muitas emoções..., mas o caos na Saúde do nosso Estado e do Brasil continua e a tendência é ficar ainda pior.

 

Luciana Almeida é contadora, pós-graduada em Direito e residente em Palmas há 24 anos.

 

 

  

 

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