Após Cinthia exonerar 56, Folha anuncia rompimento com Amastha: 'não me defendeu'

Diário desta quinta-feira, 12, traz exonerações de servidores contratados que seriam da cota de indicações do vereador Folha Filho. Ele anuncia rompimento com o grupo Amastha

Folha anunciou que deixará base aliada do ex-prefeito via telefonema ao T1
Descrição: Folha anunciou que deixará base aliada do ex-prefeito via telefonema ao T1 Crédito: Luciana Pires/Divulgação

O vereador José do Lago Folha Filho (PSD) anunciou em telefonema ao T1 Notícias, na tarde desta quinta-feira, 12, que está rompendo com o grupo do ex-prefeito Carlos Amastha (PSB), de quem foi um dos principais aliados até o processo eleitoral das Eleições Suplementares ocorridas no mês passado. O motivo, segundo o vereador, é a falta de defesa do ex-prefeito a ele, vereador e seu companheiro, no tensionamento ocorrido nas relações com a prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB).

 

O Diário Oficial desta quinta-feira trouxe 56 exonerações de servidores contratados do município, da cota do vereador na gestão. “Nem todos são ligados a mim. Lamento muito pelos mais necessitados. Demitir varredor de rua, qual a necessidade disso?”reagiu o vereador. Folha disse que respeita a decisão da prefeita de retirar seu pessoal e, com esta atitude, excluí-lo da base. “Ela é livre para escolher com quem quer caminhar. Da minha parte vou continuar meu trabalho e meu projeto político. Sou pré-candidato a deputado estadual”, sintetizou.

 

Sobre o fato de que permanece presidente da Câmara Municipal com poder de pautar ou não as matérias de interesse do Executivo, Folha afirma que não pretende retaliar: “a Câmara vai continuar cumprindo seu dever institucional. Não pretendo falar dela, nem prejudicá-la”, sustenta.

 

Ameaça de Impeachment teria iniciado a crise

 

A crise nas relações entre a prefeita Cinthia Ribeiro e o presidente da Câmara Municipal chegaram ao conhecimento público no começo da semana, quando vazou a discussão entre os dois no grupo “Agenda 40”, que era administrado pelo prefeito Carlos Amastha. No auge da discussão, Cinthia afirmou que não faria a política “do pão e circo”, e comparou as reclamações de Folha Filho no grupo a “conversa de lavadeiras”. O vereador, que havia afirmado no começo da discussão que faltava vontade política à prefeita para fazer os eventos na praia das Arnos, respondeu afirmando que estava eleito pelo terceiro mandato e que não havia “herdado” o mandato de ninguém. O clima azedou e o ex-prefeito excluiu o grupo.

 

O problema, no entanto, começou antes entre o vereador e a prefeita. Segundo informações de bastidores às quais o T1 Notícias teve acesso, Folha vinha afirmando entre seus pares e até para secretários e populares, que a prefeita poderia sofrer impeachment até o mês de agosto. Um dos fatos que poderia gerar improbidade administrativa seria a efetivação de atos sem a renovação de 11 medidas provisórias que estavam na Casa para serem votadas, sem que o presidente as colocasse em pauta. Numa delas, estava a mudança de atribuições das secretarias e ajustes na estrutura administrativa. O projeto do Executivo reunindo todas elas foi colocado em votação pelas vereadoras Laudecy Coimbra e Vanda Monteiro.

 

“Acho que político tem que ser colocado ou retirado pelo voto e não no tapetão”, negou o vereador ao ser questionado sobre o assunto. Folha também nega ter acirrado os ânimos de comerciantes e moradores da região Norte, nos grupos de WhatsApp ligados a ele, logo que a prefeita negou a possibilidade de fazer a contratação de shows para a Praia das Arnos, que está sem liberação do Corpo de Bombeiros para realizar eventos. O reveillón nas Arnos foi feito após a assinatura de um TAC - Termo de Ajuste de Conduta, que não foi cumprindo no prazo pelo município.

 

Segundo Folha Filho a programação custaria ao município cerca de R$ 60 mil reais. Questionado sobre o preço dos shows apresentado na planilha de planejamento à Secretaria de Turismo, o vereador negou que houvesse majoração de preços. “Tinha banda de R$ 5 mil, mas tinha até de R$ 2.500. O que a gente não queria era que a praia ficasse sem eventos”, justifica Folha.

 

Procurada, a assessoria de imprensa da prefeita informou que ela não vai se pronunciar sobre o assunto.

 

Amastha não teria defendido vereador

 

O anúncio de que deve deixar o grupo Amastha partiu do vereador com o seguinte desabafo: “diante de todo esse caos da minha relação desgastada com a Cinthia, ele não me defendeu”. Segundo Folha, ele esperava outra atitude do prefeito para tentar contornar a situação. Antes de excluir o grupo de WhatsApp no final de semana, o ex-prefeito havia tentado amenizar a situação, sugerindo que o vereador procurasse a prefeita pessoalmente, mas sem sucesso.

 

Filiado ao PSD e pré-candidato a deputado estadual, Folha Filho enfrentou desgaste entre o grupo de parlamentares por ter feito a defesa de bandeiras como a redução da verba de gabinete (Codap) entre outros temas polêmicos, temas defendidos pelo então prefeito Carlos Amastha.

 

O portal procurou ouvir o prefeito por telefone e via WhatsApp, sem sucesso.

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