Após dia de espera e tensões, Marcelo Miranda e Cláudia reassumem governo do Estado

A previsão é que o primeiro escalão do governo se reúna no Palácio Araguaia neste fim de semana para reassumir as secretarias. Miranda deve ser recebido em Palmas, de volta do Bico, com uma carreata

Cláudia Lelis é notificada a retornar ao cargo
Descrição: Cláudia Lelis é notificada a retornar ao cargo Crédito: Divulgação/Twitter

A vice-governadora Cláudia Lelis (PV) foi notificada no começo da noite desta sexta-feira, 6, em sua residência, em Palmas, da decisão proferida em liminar pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, em que restituiu a ela e ao governador Marcelo Miranda (MDB) o comando do Estado do Tocantins.

 

“Recebendo há pouco a notificação para retornar ao cargo de vice-governadora do Estado do Tocantins. Reassumo o desafio com a mesma dedicação e empenho de sempre. O trabalho continua... Vamos que vamos!”, afirmou Cláudia Lelis há pouco em sua página no Twitter.

 

O governador interino Mauro Carlesse (PHS) também foi notificado em Palmas e o governador Marcelo Miranda em Sítio Novo, no Bico do Papagaio, onde já cumpria agenda no final da tarde.

 

O dia foi rico de emoções, que começaram logo pela manhã, quando a editora do Portal T1 Notícias, Roberta Tum, divulgou com exclusividade em sua página no Twitter a informação de uma fonte de Brasília de que a liminar estava proferida e seria publicada nas próximas horas.

 

No final desta manhã a informação foi confirmada e iniciaram-se as movimentações para que o interino Mauro Carlesse e sua equipe, finalizassem seus relatórios de governo, o que ocorreu com uma entrevista coletiva que foi concedida às 15 horas de hoje no Palácio Araguaia. Carlesse volta ao cargo de deputado estadual e à presidência da Assembleia Legislativa.

 

Conforme apurado pelo T1 Notícias, a previsão é que o primeiro escalão do governo se reúna no Palácio Araguaia neste fim de semana para reassumir as secretarias. O governador Marcelo Miranda retorna a Palmas neste sábado, 7.

 

Tensão no TRE

 

No final do dia de hoje, já com a liminar publicada, a equipe de defesa do governador Marcelo Miranda aguardava o cumprimento da liminar por parte do Tribunal Regional Eleitoral, quando foi informada que o desembargador Marco Villas Boas não daria cumprimento à liminar por si só, sem a notificação expressa do Tribunal Superior Eleitoral.

 

Conforme uma fonte ouvida pelo T1 Notícias, o desembargador informou que só poderia cumprir ordens emanadas do TSE. O impasse gerou momentos de tensão, logo superadas com a chegada da notificação do TSE ao TRE e a posterior notificação a Carlesse, Cláudia e Marcelo Miranda.

 

Próximos passos

 

A defesa de Marcelo e Cláudia apresentaram os embargos de declaração. Poucas horas após a publicação da liminar do STF, o ministro Luiz Fux autorizou publicação extra do Diário da Justiça Eleitoral, nesta sexta, disponível no site do TSE, já com data de segunda-feira, 9, com esta única publicação, dando prazo de três dias para que o Ministério Público Eleitoral apresente as contrarrazões aos Embargos de Declaração. O Ministério Público Eleitoral tem até a próxima quarta-feira, 11, para se manifestar e só depois que os autos forem entregues é que o julgamento será marcado pelo TSE para ser avaliado pelo pleno. Com a agilidade de Fux em determinar o trâmite dos embargos, há a expectativa que estes sejam julgados em sessões já nas próximas semanas. Se negados, Marcelo e Cláudia terão que deixar os cargos novamente, mas até lá ambos permanecem no comando do Estado.

 

Consequências para a sucessão

 

No meio jurídico é certo que a cassação não possa ser revertida, o que há agora é um processo para ganhar tempo, o que permitirá ao governador mais alguns dias de mandato. Com o retorno de Marcelo Miranda ao governo e o julgamento dos embargos, caso o processo seja finalizado faltando menos de seis meses para o pleito de 7 de outubro, a possibilidade é grande, entre os juristas ouvidos pelo T1 Notícias, de que a eleição suplementar seja cancelada e de que haja apenas uma eleição indireta (realizada pela Assembleia Legislativa), deixando as eleições gerais para outubro, conforme calendário nacional.

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